Vitória do Cruzeiro/AESB é prenúncio de uma boa Copa Santiago
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Camisa 11 Júnior foi um dos destaques do estrelado em jogo-treino. Foto: Ieda Beltrão/Rádio Santiago |
Sei que muita gente vai dizer que estou exagerando, mas gostei do que vi mais cedo no Estádio Alceu Carvalho, quando a equipe juvenil do Cruzeiro/AESB venceu, de virada, um combinado formado por ex-jogadores do clube, talentos do futebol amador local e experientes atletas reforçados por Anderson Polga, que passou de surpresa pela cidade e fez questão de atuar diante dos meninos comandados por Airton Fagundes.
Tenho que confessar a vocês que só assisti ao primeiro tempo, mas foi nesta etapa que o adversário do Cruzeiro estava com o que pode ser chamado de força máxima. No entanto, 45 minutos foram suficientes para que eu tirasse algumas conclusões – uma óbvias, outras nem tanto. A primeira delas é de que a equipe estrelada tem um belo conjunto, bem entrosado e com valores individuais que merecem destaque, como o capitão Wesley, o lateral-esquerdo Marcelo e o atacante Júnior (ou Juninho), pra mim o de maior potencial para estourar na Copa que será disputada em janeiro.
A postura inicial do time de Fagundes foi intensa, com marcação avançada, “tirando em cima”, como se diz. O gol sofrido logo cedo diminuiu um pouco o ímpeto da base vice-campeã juvenil em 2013, mas, aos poucos, essa história mudou. A bola parada que deu origem ao gol de empate é outro ponto positivo. No futebol de hoje, quem tem uma bola parada eficiente, tem muito. Quando o capitão Wesley foi cruzar a bola alguém gritou da arquibancada: “Joga na marca do pênalti”. Obediente, ele colocou lá, onde estava o bom camisa 11, que a desviou para as redes, sem defesa para o bom e promissor goleiro Alisson, que atua nas categorias de base do Inter.
Mas o gol e o poder de reação não foram o que mais marcou pra mim. A qualidade de passe, a boa distribuição do time em campo, o avanço com qualidade dos laterais, em especial pela esquerda onde o menino Marcelo me lembra demais o Maxwell, que por aqui passou com o Atlético-PR, depois seguiu para o Cruzeiro e ganhou a Europa até chegar à Seleção Brasileira. Não que pela direita o Felipe, recém chegado do Passo Fundo também não tenha qualidade, pelo contrário, porém ele é mais voluntarioso e apesar de se oferecer bastante para o jogo foi pouco aproveitado.
Não sei se vale como resumo, já que escrevi um pouco acima da média, mas, sintetizando, com mais 15 dias de treino e dois ou três amistosos, dá pra confiar num bom desempenho dessa equipe em um grupo que tem Criciúma, Corinthians, Avaí, Independiente e Universidad de Chile. Se, por exemplo, souberem lidar bem com as adversidades de se enfrentar equatorianos e chilenos, dá sim pra acreditar numa possibilidade de classificação no confronto com os outros brasileiros.
E pra não dizer que não apontei defeitos, a conclusão ainda carece de um pouco mais de aperfeiçoamento. Também entendo que falta um camisa 9 de ofício, estilo rompedor, daquele que coloca a bola pra dentro do gol aos trancos e barrancos se for necessário. Mas como sou um otimista por natureza, acredito que tudo se afina. Como disse acima, o tempo e o trabalho do dia a dia farão desta uma equipe mais confiável e com chances de dar alegrias ao torcedor que pretende ir ao estádio para incentivas o time da casa.