Uma imaginação fértil
Publicado Em 17 de Fevereiro de 2017
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Não vou começar esse conto com
era uma vez, nem descrição dos lugares e pessoas. Vou pular direto pra
imaginação em si, da hora, do enlace, do acaso, das mordidas e fisiologias do
corpo.
era uma vez, nem descrição dos lugares e pessoas. Vou pular direto pra
imaginação em si, da hora, do enlace, do acaso, das mordidas e fisiologias do
corpo.
Ao entrar no ônibus, Romena
atentou seus olhos para um moço que sentava na poltrona ao lado. Não deu um
milésimo de segundo e já caíram de vez numa preliminar ousada da imaginação de
Romena.
atentou seus olhos para um moço que sentava na poltrona ao lado. Não deu um
milésimo de segundo e já caíram de vez numa preliminar ousada da imaginação de
Romena.
Assim, viajou ao seu lado. Uma
noite de inverno no Sul do Brasil e um tsunami avassalador no Caribe? Tanto
faz, o que ela imaginou não tinha limites e não ia ferir ninguém, a não ser
que…
noite de inverno no Sul do Brasil e um tsunami avassalador no Caribe? Tanto
faz, o que ela imaginou não tinha limites e não ia ferir ninguém, a não ser
que…
A não ser que entrasse uma
mulher de cabelos breves, morena, lábios substanciais, olhar de reticências e
ombros espaçosos. Romena virou a boca entreaberta em sua direção, fez cara de
“dã” e sobressalto.
mulher de cabelos breves, morena, lábios substanciais, olhar de reticências e
ombros espaçosos. Romena virou a boca entreaberta em sua direção, fez cara de
“dã” e sobressalto.
Imediatamente desocupou o
assento do seu lado e sua boca cada vez mais aberta, os olhos cada vez mais
alucinados e as mãos com atitudes involuntárias que…
assento do seu lado e sua boca cada vez mais aberta, os olhos cada vez mais
alucinados e as mãos com atitudes involuntárias que…
Que tocaram o braço da mulher e
um gesto (com o sorriso de lado) mostrou o assento vazio ao lado. Viajaram por uma hora e Romena
por várias outras. A mulher dormia e Romena sonhava. A mulher roncava e Romena
ouvia gemidos. A mulher babava e Romena sentia fluidos.
um gesto (com o sorriso de lado) mostrou o assento vazio ao lado. Viajaram por uma hora e Romena
por várias outras. A mulher dormia e Romena sonhava. A mulher roncava e Romena
ouvia gemidos. A mulher babava e Romena sentia fluidos.
A imaginação de Romena voou tão
aéreo que pensou em cair por terra, de verdade. Uma imaginação desejada que
estava prestes a ser entregue à realidade.
Mas o que faltava?
aéreo que pensou em cair por terra, de verdade. Uma imaginação desejada que
estava prestes a ser entregue à realidade.
Mas o que faltava?
Faltava a mulher acordar ou ser
acordada.
acordada.
Quando de repente surge o moço
e bate no ombro da mulher: “Amor, amor, acorda, chegamos”. Romena fechou os olhos e suas
lágrimas foram devolvidas para dentro do corpo. Mais nada foi pensado, dito,
vivido até que…
e bate no ombro da mulher: “Amor, amor, acorda, chegamos”. Romena fechou os olhos e suas
lágrimas foram devolvidas para dentro do corpo. Mais nada foi pensado, dito,
vivido até que…
Até que Romena foi acordada por
dois lábios que cruzaram o canto da boca. Romena abriu os olhos e fez cara de assombro:
“Quem é você, o que houve, me beijou”?
dois lábios que cruzaram o canto da boca. Romena abriu os olhos e fez cara de assombro:
“Quem é você, o que houve, me beijou”?
“Eu estava em pé no ônibus
observando cada detalhe dos teus lábios, acompanhei também a frustração deles
quando o que você queria, não deu.
observando cada detalhe dos teus lábios, acompanhei também a frustração deles
quando o que você queria, não deu.
Fui seduzida pelo fogo que saia
do teu olhar e pelo calor que vinha da tua respiração. Eu deveria ter descido
naquela cidade anterior, mas resolvi dar vida aos meus desejos e ser feliz.
do teu olhar e pelo calor que vinha da tua respiração. Eu deveria ter descido
naquela cidade anterior, mas resolvi dar vida aos meus desejos e ser feliz.
Uma imaginação fértil cai bem e
quando realizada, a noção da realidade que perdemos quando estamos criando o
imaginário continua a não ter nenhuma noção, até que…
quando realizada, a noção da realidade que perdemos quando estamos criando o
imaginário continua a não ter nenhuma noção, até que…
Até que o destino acabe”.
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